O segundo livro de Enrico Cietta busca levar a empresários, profissionais e estudantes de moda conhecimentos e discussões acerca dos inúmeros negócios que a indústria fashion é capaz de gerar, direta ou indiretamente. Intitulada “Economia da Moda – Porque hoje um modelo de negócio vale mais que uma boa coleção”, a obra terá lançamento mundial aqui no Brasil, pela editora Estação das Letras e Cores, com versões em inglês e italiano, além de português.
O Brasil foi escolhido porque Enrico Cietta, nos últimos anos, fez uma série de consultorias para marcas nacionais e com isso conviveu de perto com questões de nosso país. Em sua opinião, aqui é um lugar muito interessante para experimentações, devido a fatores como: população jovem, facilidade com o celular e acessibilidade a internet. Algumas particularidades brasileiras também chamaram atenção do consultor italiano, como o caso das sacoleiras – fenômeno ainda mais forte em regiões como o Nordeste, em que há empresas que faturam até 90% via sacoleiras. O atual livro amplia as discussões da obra “A revolução do fast-fashion – estratégias e modelos organizativos para competir nas indústrias híbridas”, lançado em 2010.

Cietta esclarece que teve o intuito de facilitar a explicação dos temas debatidos. “Gostaria de simplificar ao máximo a exposição, assumindo mais o papel de divulgador do que o de pesquisador”, afirma. Mesmo sem tomar para si o esse papel da pesquisa, fica evidente o aprofundamento dos estudos que o italiano realizou para apresentar as ideias centrais do livro. “Meu objetivo é explicar como o economista pode ajudar uma empresa de moda a crescer e que relações existem entre a teoria econômica e a gestão da empresa”.

Segundo ele, os estudos acadêmicos realizados até então “tratam quase sempre da economia da empresa, e não do setor específico da moda”. É essa mudança de viés que o autor busca nos dez capítulos em que aborda, praticamente, toda a indústria fashion e suas nuances. “Acredito que o leitor esteja mais interessado em compreender a necessidade de uma nova abordagem do que a origem deste debate”, defende num dos trechos.

Entre os temas discutidos, está o desafio das empresas se tornarem, de fato, sustentáveis. Segundo ele, hoje as marcas mais evoluídas do setor entendem que precisam agregar valor à cadeia inteira, e não apenas no produto final que chega na mão dos consumidores. Outro ponto interessante da obra é como a economia criativa pode ser usada pelas marcas. Cietta destaca que a moda não se trata de uma produção simples, mas sim um híbrido entre produto cultural e criativo. Nesse setor não há consumo sem a posse, diferente da indústria musical ou cinematográfica, por exemplo.

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